Definitivamente, eu queria morrer

É aquele ali. O garotinho descuidado que acaba de se livrar da incômoda e protetora mão de sua mãe. Todo sorridente e despreocupado, ele corre atrás de alguma coisa estúpida e acaba no meio de uma avenida movimentada. Toco no ombro dele e nesse momento um ônibus não consegue parar a tempo...
A mãe do garoto solta apenas um grito desesperada e cai no chão desmaiada. Queria tocar nela também, pra que ela não acorde e descubra que aquilo não foi um terrível pesadelo. Mas, ainda não chegou a hora dela.
Essa é sempre a pior parte. Não é tão triste ver alguém morrendo, mas acompanhar a dor dos vivos é simplesmente horrível. Por isso, chamo a mim mesma de mensageira da amargura e da solidão. Sem nenhum prazer, sou a Morte!
Hoje, quero contar uma novidade para vocês. A Morte também tem coração. Ela odeia o próprio trabalho. Não sou insensível ao desespero de uma mãe ou fico contente por separar um casal de apaixonados. Mas o que eu posso fazer, merda?
Vocês são milhões de vezes mais afortunados que eu. Mesmo que sofram com uma separação, sempre podem contar com a minha visita um dia. Eu sou eterna, vivi e viverei para sempre. Vou carregar por toda a eternidade o sofrimento que causei. Definitivamente, eu queria morrer!

4 comentários:

  Anônimo

13 de maio de 2009 às 07:28

testando comentários

  Ivan

13 de maio de 2009 às 07:38

Hm, então talvez se lembre de uma certa garota que viveu na Alemanha.
Um certa garota que costumava roubar livros.
Você se lembra dela?
rsrs

Abraços

  Mari

13 de maio de 2009 às 09:33

Muuiiito bom!
Parabéns!!

(:

  Walter Melo

11 de junho de 2009 às 14:28

ficou legal mesmo. muito bacana. Continue sempre inspirado assim Gustavo Samuel. Walter.